quarta-feira, janeiro 27, 2010

Uma Estalada na Pobreza

O VII Jogo Contra a Pobreza, organizado pela Fundação Benfica, sob os auspícios da ONU, proporcionou uma noite de emoções a todos os que se deslocaram na passada 2ª-Feira ao Estádio da Luz, que não encheu (estiveram presentes cerca de 50 mil pessoas – uma excelente moldura humana), mas a lotação esgotou e o evento permitiu angariar cerca de 2 milhões de euros para ajudar o povo haitiano.

Antes do pontapé de saída, dado por Eusébio, guardou-se um minuto de silêncio pelas vítimas do sismo no Haiti e por Miklos Fehér, que tombou mortalmente no relvado do Guimarães, no mesmo dia 25 de Janeiro, há 6 anos atrás; ao intervalo, Kátia Guerreiro cantou os parabéns ao King, que completava 68 Primaveras, acompanhada por duas guitarras e 50 mil vozes.

Confesso que nunca tinha visto tanta concentração de talento junta e ao vivo - e não sei se voltarei a ter uma oportunidade destas. A classe de Laudrup; a elegância de Zizou; os pés de veludo de Valdo; a mestria de Rui Costa; o improviso de Micolli ou a intemporalidade de Shéu e Nené são pérolas para guardar no cofre das memórias.

Quanto aos participantes, apenas duas breves notas:

O deslumbramento de várias estrelas internacionais, da equipa Zidane e Amigos (Nedved e Henry, por exemplo, estavam pasmados), perante o voo da águia Vitória;

Quanto aos Benfica All Stars, penso que Manuel Fernandes e Miguel (pela forma como saíram do SLB) não mereciam ter sido convidados para o jogo; afinal, Zidane também não convidou Materazzi… - a este propósito, um adepto empunhava um cartaz a dizer «Zidane dá-me uma cabeçada», enquanto outro escreveu «Zidane, dá uma cabeçada à pobreza» na cartolina.

Por que não chamar antes João Vieira Pinto (o “Menino de Ouro”, que tantas alegrias proporcionou aos benfiquistas) e Ricardo Gomes, por exemplo? Mas, enfim, tal até acaba por ser mais uma mostra do espírito de fairplay que pautou este evento.

Por falar em fairplay, até Cheech aplaudiu Nuno Gomes, que marcou 2 golos a Barthez – de resto, do Tudo à Estalada, também marcaram presença Marlon Brandão, HR e Francisco. Vaias só mesmo para os árbitros portugueses, que Pierluigi Collina merece o respeito de todos.
Claro que o menos relevante acabou por ser o resultado final: 3-3.

Bem mais importantes foram as revoadas de ondas multicolores, que sem clubites nem sectarismos, percorreram as bancadas, num clima de festa e união, entre adeptos que gostam de futebol e dos seus principais intérpretes – os jogadores.
E as mais fortes ovações da noite foram para Faisal (aka Abel Xavier), Chalana e Magnusson, um dos MAIORES destaques do jogo – pelo que “jogou” e pelas declarações ao repórter Nuno Luz, antes de entrar em campo: «Esporão ’87 – muito bom vinho».
Uma palavra final para o jovem Streaker, que não merecia ser placado e abafado pelos stewards, após ter entrado em campo para devolver a Shéu o cachecol que este tinha, anos antes, oferecido a uma amiga da sua mãe – num slalom (quase) de costa a costa que arrancou entusiásticos aplausos das bancadas.
Restantes fotografias aqui.

4 comentários:

Cheech disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cheech disse...

Jovem, em relação aos aplausos nos lances de golo do Nunes Gomes, apenas aplaudi o passe de calcanhar do Maramiccole no primeiro e a finalização dificílima registada no segundo.

Outra coisa,posso estar enganado mas não me lembro de o Laudrup ter jogado.

Bom report, pena é a tentativa de denegrires a minha imagem... ;)

AlémTejo100Lei disse...

falta-te uma noção de formatação de texto macário...

Hugo Rocha Pereira disse...

- Cheech: podes fugir, mas não te podes esconder. É muita coincidência saltares da bancada para aplaudires os tentos do Chanel 21; o Michael Laudrup jogou, sim sr. - no caso de dúvida, consulta "A Bola". ;-)

- Pixa: isto foram problemas técnicos do blogger, mas se te dispuseres a tentar dar um jeito, a administração (e os leitores) agradece.