quinta-feira, outubro 02, 2008

Bombásticol col col col col col col!

Mesmo que a minha regularidade não seja a melhor, gosto de intervir apenas quando tenho palma da mão a jeito e não apenas para largar uma foto ou montagem que todos os blogs de bola minimamente dignos já publicaram antes.

Trago desta vez um testemunho pessoal que será de valor para quem decidiu (e bem) ir ver o grande jogo de bola in loco à Catedral.

Sabe pelo menos um dos que foram que é um dos meus maiores prazeres na vida permanecer bem instalado no sofá a cuidar das jóias de família. Ter direito a um grande espectáculo de futebol seria desde logo suficiente, quando a paixão me move no sentido de uma equipa de homens e não de bundões, metrosexuais e mariquinhas sortidos. Mas o Benfica - Nápoles desta noite teve um atractivo suplementar chamado José Carlos Soares, que é um daqueles locutores de que é impossível não gostar, da mesma maneira que era contra-natura odiar o Borat ou o Jim Carrey em fase Ace Ventura, por serem personagens tão sinceramente estúpidos que se tornam adoráveis. Um pouco também como a estupidez que paradoxalmente abençoa a lenda menor que um dia abandonou um jogo de futebol das escolinhas para ir comer a sua sandes e a dos outros, tendo ainda tempo para se banhar ao sol.

O meu pai registou até uma quantidade maior de momentos de uma imbecilidade desconcertante por parte do Sr. Zé Carlos. Ainda assim, sobram-me nos ouvidos pérolas que figuram directamente na aurora histórica desse canal totalmente imparcial que é (ou será) o Benfica TV. Não quero lançar suspeitas sobre os (maus) hábitos do Zé, mas parece-me que a estrica ia larga quando começou o comentário como quem relata um jogo numa rádio num registo "scat" de fazer inveja ao próprio Scatman John (R.I.P.). Antes disso, houve tempo para anunicar o jogo como exclusivo da "TV Cab... Meo". O "Meo" foi depois aproveitado em trocadilhos tão jurássicos como "Meo clube" (porque "Aqui já se pode dizer."). O provincianismo e sensacionalismo continuaram em altas e houve ainda tempo para as achegas à escola Prestelo com "O garoto percebe de bola" (referindo-se ao Luisão que já não é propriamente o prodígio da favela) e com o clássico (tantas vezes invocado pelo administrador da casa) "Bola para o mato que o jogo é campeonato.".

Muito sinceramente, não sei se foram as saudades do triste "entertaining" dos tempos do "Bombástico" ou se foi a ternura com que se dirigia à colega de campo Andreia, mas a verdade é que voltei esta noite a fazer as pazes com um dos mais excêntricos e aparvalhados símbolos da tv popular actual. Fico entusiasmado com a perspectiva de uma "Liga muy longa".

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